21 setembro 2006

Lógica de programação 2

A computação é uma área meio bisonha: é uma mistura de matemática e engenharia, principalmente, mas também encosta em todas as outras áreas do conhecimento. Essa influência forte da engenharia, aliada à pouca idade da computação, faz com que a programação empreste muitas idéias usadas na fabricação de coisas. O processo tradicional de programação segue o padrão análise (do problema), projeto (da solução) e implementação e teste (do programa). Tudo muito certinho e organizado, como numa fábrica de carros.

Eu sou da opinião que a técnica é importante, mas a programação se assemelha mais à literatura do que à engenharia. O funcionamento dos programas é descrito por textos (às vezes também alguns desenhos), os programas podem ser alterados muito mais facilmente do que uma peça de motor e o custo de fazer cópias de um programa é próximo de zero. Além disso, o programa é uma coisa muito mais próxima do texto que o descreve do que um patinete é próximo do projeto do patinete. É quase como se o programa fosse o texto. Programar é um processo artesanal apesar de tudo, é criativo e muitas vezes solitário (pelo menos em alguns momentos). Existem textos bonitos e textos feios de programas, e cada programador tem o seu estilo próprio que vai se desenvolvendo com o tempo. Tudo isso nos leva ao segundo fato:

Fato 2: Programar é uma arte.
Pense nesse fato assim: a técnica é importante, educação formal em programação aumenta o número e a qualidade das ferramentas que você tem e é preciso ser organizado se você quiser criar qualquer coisa com um tamanho razoável, mas no fundo um programador é um escritor de programas. Às vezes você vai quebrar as regras de propósito, vai inovar, vai bolar histórias geniais e se tiver sorte ainda vai se divertir muito fazendo isso. Espero que aos poucos você acabe concordando com esse fato.

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